sexta-feira, 17 de abril de 2015

My Wonderland: Capítulo 31: Não podemos levar com elas!

Forest


Quando paramos de ouvir armas a disparar tinta, passos apressados a fugir, e pessoas a gritar coisas para outras, ocorreu um silêncio prolongado.
- É a nossa chance! - diz Viollet entusiasmada.
- Não sei,  talvez seja uma armadilha. - diz Amy.
- Porque haveria de ser uma armadilha, se ninguém sabe que estamos aqui? ! - reclama Jéssica.



Saímos do nosso esconderijo cautelosamente. Viollet pega num bocado de lama e espalha pela cara. Achei um bocado nojento, mas era bom para camuflar, e todas tínhamos roupas escuras. Andamos, verificando se estava tudo bem, até vermos ao longe movimento. Três raparigas estavam agachadas em árvores. Vejo Viollet com um olhar feroz, a observar uma coisa não muito longe delas. Todas nós passamos os nossos olhos para o grupo da Nicole, escondido em arbustos. Reconheci entre as 3 raparigas a cara da miúda que se tinha sentado ao meu lado no autocarro. As raparigas tinham por volta de 12 anos, e o seu grande erro foi deixar as armas escondidas no topo das árvores onde estavam. As miúdas avançaram para as árvores seguintes, mais altas, e começaram a trepar, talvez para ver em que posição estavam. Duas raparigas da equipa da Nicole, que diria serem da claque, habilidosamente correm sem fazer um barulho sequer até duas árvores. Elas trocam as armas delas pelas das miúdas, e graciosamente voltam para ao pé de Nicole.
- Batoteiras! - sussurra Viollet, quase a dar um murro a alguém.
- Não era suposto haver câmeras?! - resmunga Jéssica.
Amy apontou para uma câmera atrás de uma árvore, onde Meg se tinha acomodado, tapando a visão da engenhoca. Nicole, com a sua juba imensa, estava a tapar outra câmera metida entre dois rochedos ao pé dos arbustos. Ninguém do outro lado da câmera conseguiria descobrir se tinha sido propositado ou não.
- Mas isto não é justo! - diz Viollet, revoltada.
- Não podemos fazer nada, mas também não nos vamos armar em batoteiras como elas. Só temos de evitar que elas façam alguma coisa contra nós, de resto, elas não nos podem atirar com as armas que roubaram. - digo, tentando não pensar nas coisas que elas poderiam fazer.


Hipster
Estava quase na hora de almoço, e os nossos estômagos não se fartaram de roncar. Não valia a pena tentarmos ser discretas, porque aquele barulhinho irritante denunciava-nos logo. Tiramos a lama da cara, que já estava a ficar seca, e começamos a andar devagar, até à zona de partida. Eles tinham sido simpáticos em colocar setas a indicar o caminho.
- Esperem...tenho a certeza que era no outro lado. - diz Amy, com um olhar baralhado.
- Diz a rapariga que pensava que ia cair numa armadilha mal saísse de um sítio onde ninguém sabia onde estava. - gargalha Jéssica, toda divertida.
- XIU! - diz Viollet, e todas nos calamos.
Observo melhor as setas. Somos mesmo burras. Aponto para as setas pintadas de azul. AZUL! Elas ficam ali, paralisadas. Começamos a andar para trás, devagar, passo a passo, a tentar não fazer barulho. Outra e outra vez, devagar, com calma, outra vez.. Amy parte um ramo, e como se fosse automático, começamos a correr. A Jéssica pelo prêmio, a Viollet pelo orgulho, a Amy pelo medo, e eu.... eu corria pelas outras, como um bônus.
Ouvimos rapazes a gritarem atrás de nós. Separamo-nos e percorremos em torno das árvores aleatórias. Um apito surge do nada, e uma arma mira Viollet, que é atingida nas costas.
Vamos ter com ela, e seguimos as setas amarelas que davam para a zona principal.



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